sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FIM DE ANO

Hoje é dia 31 de Dezembro de 2010.Não é novidade. Toda a gente sabe, excepto quem vive no passado e no futuro.

Por isso, que cada um utilize o tempo da melhor maneira que sabe.

Antes que a falta de tempo nos esqueça de ver cada dia do calendário como único e irrepetível, tal como um fugídio rouxinol que todas as madrugadas se senta no estendal da roupa...

Bom ano para todos !

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Artista em destaque: Albert de Paname

Num universo musical dominado pelo mundo anglo-saxónico, eis um músico que funde os mais variados géneros musicais. Uma pequena sinopse da actividade de Albert de Paname e o link para escutar com atenção o seu trabalho



"....Moustache un brin canaille, sombrero, spencer espagnol et regard tendre. Albert de Paname, véritable figure emblématique de la nuit, peut se vanter d’avoir fait danser plusieurs générations. De ses débuts en 1965 au Tabou, en passant par le mythique Balajo et le Café de Paris à Londres, Albert joue avec adresse le mélange et le métissage des genres. . « J’ai commencé en 1965, j’ai vécu plein de révolutions musicales :, le jazz, la soul, la pop, la white pop… J’étais disquaire dans les endroits où il fallait être : les caves de St germain, puis Londres, puis le Palace avec Fabrice Emaer, les Bains... J’ai connu les moments forts des boîtes à la mode qui étaient toujours sur le devant de la scène musicale. » Résident avec Félix des célèbres "Vendredis de Maxim’s" dont il est l’instigateur avec Pierre Cardin, Albert de Paname participe à la première compilation de ce haut lieu de la jet-set et rassemble sur un premier CD les perles de sa collection personnelle sur lesquelles les plus belles femmes dansent depuis des décennies. En 2002, Albert a rejoint l’équipe Pschent pour se consacrer à un projet qui lui tenant à coeur depuis longtemps: la production. A presque 50 ans, le célèbre dandy noctambule a donc sorti en 2003 son premier album studio intitulé "Indiamond"... un ovni electro-world qu’il a co-réalisé avec le célèbre danseur et musicien indien Raghunath Manet. Depuis le début de l’année 2006, Albert anime tous les vendredis le Bal Rouge de l’Etoile. « Quand Tony Gomez est arrivé à Paris dans les années 80, il venait souvent au Balajo où je mixais, il a connu ces grandes ambiances et m’a demandé de reprendre ce que je faisais à l’époque. L’Etoile correspond parfaitement à ma musique, parce que je suis au premier étage, au restaurant, que j’ai une entrée pour moi tout seul, un bar totalement privé où mes amis viennent s’amuser, et à partir de minuit, on ne se rend même pas compte qu’il y a une autre boîte en bas». Avec un répertoire musical très large, il passe en revue les perles des soixante-dix dernières années à chacune de ses prestations. Parmi ses amis, Danny Brillant, Seigner, Frank Dubosc, Chantal Thomas, et des jeunes dandys qui aiment la Cocktail Music. « Mes origines sont à Montmartre où j’ai grandi, le côté flonflon, les morceaux de Pigalle, le vrai Music Hall, les p’tits bals de la Butte où les lampions en papiers multicolores se balançaient dans l’air, au rythme de l’accordéon, quand on guinchait dans tous les coins. Cet album est dédié à ceux qui ont usé leurs ballerines et godasses sur la piste en Cire du Balajo, du Royal Lieu, du café de Paris à Londres, du Capitol à Nice et sur la scène de verre, en damier multicolore de la nouvelle Eve et de chez Maxim’s ». Le nouvel album d’Albert de Paname « C’est Magnifique ! » est donc un hommage qu’il rend à toutes les chansons de sa jeunesse. Des chansons typiques des années 50, des perles rares des années 60, d’autres des 70. Pour cet album, Albert de Paname a choisi de s’entourer des plus grandes plumes de chaque époque. On retrouve donc les textes et les musiques de Cole Porter (la chanson titre de l’album), Georges Brassens (« Maman Papa »), Jacques Prévert (« Voulez-vous danser avec moi »), Charles Aznavour (« L’amour c’est comme un jour »), Charles Trenet (« Vous qui passez sans me voir ») et bien d’autres… Par ailleurs membre de la jet set parisienne et cannoise, Albert de Paname jouera dans le bien nommé DISCO (avec Franck Dubosc, Emmanuelle Beart, Gérard Depardieu, Samuel Le Bihan…), prochain film de Fabien Onteniente (Jet Set 1 & 2, Camping…), le rôle d’un disc-jockey fou de musique disco. Le nouvel album « C’est Magnifique ! » sortira le 21 avril 2008..." in http://www.pschent.com/fr/artist-18-albert-de-paname.html

sábado, 27 de novembro de 2010

VER OU NÃO VER, EIS QUESTÃO?...

Shakespeare no seu famoso livro, Hamlet, com a celébre expressão: " Ser ou não ser", colocava no horizonte humano, a questão da identidade e a possibilidade da sua realização. Actualmente, o paradigma da sociedade e das relações sociais, já não passam pela questão da identidade, mas pelo modelo da visibilidade.

O que existe hoje tem de ser vísivel e tem que ter uma expressão visual. O paradoxo resulta de que a visibilidade a mais, torna-nos invisíveis para os outros. A nivelação dos comportamentos, o uso acrítico das ferramentas sociais, a banalização da imagem e a corrupção inconsciente de sentidos despojam as imagens dos seus significados mais profundos.

Isso manifesta-se no constante uso de desculpas para dizer que não se tem tempo. E a desculpa nasce do oportunismo e do comodismo. Já a justificação exige um processo racional e lógico.

Não temos tempo para ir ao cinema, não temos tempo de ir a um museu, não temos tempo de visitar um amigo no hospital, na solidão, na amargura ou no êxtase.

Vivemos a vida na busca viciante de imagens , de performances, de não lugares que ocupem a ausência e canibalizamos a presença com a fuga do tempo e a dispersão dos espaços.

Concretizando, não nos interrogamos porque é que numa rede social, por exemplo, colocamos uma imagem em vez de outra. Confundimos imagem com identidade e até com busca de identidade.

Sem querer entrar no domininio da psicánalise, verificou-se no último mês , uma mudança de imagens de perfis no facebook, para personagens de desenhos animados de um passado mais ou menos recente ou até actuais...Como se buscasse um ego ou alter-ego ...O mesmo acontece nos jogos on-line das mesmas redes banalizados em imagens e lugares comuns...

As tecnologias visuais evoluem para que o destinatário se torne um agente activo. A imagem dessacralizou-se do quadro de um pintor, da tela de cinema, do ecrã da televisão...

A arte visual tornou-se um produto de massas. Andy Warhol, com as suas séries de "Marilyn Monroes "antecipou a replicação da imagem, reproduziu o seu significante mas sem significado...

É o que acontece hoje , vivemos cheio de imagens mas sem perceber que a imagem só vale se perdurar na nossa memória!...E que sem memória não há lugar ao imaginário, nem à criação de beleza e arte!..

Um pouco de Kubrick para viajar...

http://www.youtube.com/watch?v=sQA1aAJctEU&feature=related


http://www.youtube.com/watch?v=GdrqeAKNLM8&feature=related

domingo, 14 de novembro de 2010

Filmes míticos: I - Andrei Rubilov

Realizado por Andrei Tarkovsky em 1966, Andrei Rubilov é um filme de um rigor técnico e beleza estética impressionante! Vi-o já lá vão cerca de dez anos, numa sessão privada, onde me deliciei com este épico de três horas.
Na era digital e efémera que atravessamos, onde as pessoas normalmente invocam a falta de tempo para tudo..., deve ser visto com paciência e abertura de espírito...
O filme é formado por oito episódios imaginários na vida do grande pintor do século XV, Andrei Rubilov na sua viagem pela Rússia Feudal. Rubilov deixa a paz e a reclusão de um mosteiro e, devido, à crueldade que testemunha - violação, pilhagem e fome- abandona gradualmente a fala , a sua arte e a fé religiosa. Finalmente, inspirado por um jovem camponês que assume a responsabilidade de fazer um enorme sino, aprende que a criatividade ainda é possível , mesmo nas piores condições e recupera a fé no mundo.
Filme produzido pela Mosfilm com Tamara Ogorodnikova à cabeça, a fotografia de Vadim Yusov, o argumento do próprio Tarkovsky com a colaboração de Andrei Konchalovsky. Destaco a interpretação de Anatoly Solonistyn na figura de Rubilov.

domingo, 7 de novembro de 2010

Variações do Indie...

Barroque pop: Um folk rock dos anos 60 misturado com o experimentalismo, como por exemplo, a inclusão de uma orquestra na música. (ex: Arcade Fire, Fiona Apple, Tori Amos e The Decemberists);

Britpop: Estilo que mistura quase toda a história do rock britânico. Desde a British Invasion (Rolling Stones, Small Faces, etc), passando por bandas de Punk Rock como Buzzcocks e Wire, até chegar aos Stone Roses e Happy Mondays, é por isso que varias bandas desse estilo são bastante diversificadas e “ecléticas”. (ex: Supergrass, Blur, Franz Ferdinand, Oasis e Pulp);

Disco punk: Mistura perfeita da New Wave com o Punk Rock, adicionando às vezes um pouco de Funk dos anos 70. (ex: LCD Soundsystem, Out Hud, Radio 4 e Rapture);

Dunedin Sound: Um tipo de Indie Pop diferenciado, ele usa guitarras “jingly-jangly”, baixo repetitivo e algumas vezes bateria. Algumas bandas de Punk Rock já usaram esse tipo de estilo. (ex: Superette, Garageland, The Bats e 3Ds);

Garage rock revival: com som de “rock and roll” dos anos 60, a maioria das bandas têm uma grande influência do Delta Blues. (ex: Strokes, Von Bondies, White Stripes e Eagles Of Death aMetal);

Lo-Fi é mais um tipo de gravação que propriamente um estilo, são tão baixos os bit-rate que torna-se difícil diferenciar os instrumentos. A maioria das bandas de Lo-Fi mistura guitarras altamente distorcidas com o Pop. (ex: Portishead (no início) e Guided By Voices);

Madchester: Estilo que misturava Indie Rock, Dance Music e Pop Psicadélico. Graças ao estilo, várias bandas do Britpop foram formadas. As letras do estilo eram muito influenciadadas pelas drogas sintéticas (que eram novidade na época). (ex: Happy Mondays, Stone Roses,The Inspiral Carpets e A Guy Called Gerald);

Math rock: Mistura riffs dissonantes e batidas diferentes (7/8. 11/8 ou 13/8 por exemplo). O Math Rock é um estilo realmente complexo fundindo o Rock, Metal, Progressivo e até mesmo Punk. (ex: 1.6 Band, Bellini, Creedle, Braid, Inlantic, The Jesus Lizard e Surrogat);

Noise pop: Mistura a atitude do Punk Rock com noise, ecos e várias outras características bastante encontradas no universo Pop dos anos 80. (ex: The Jesus & Mary Chain);

Nugaze: Uma Shoegaze em que abusa dos sintetizadores mais do que das guitarra propriamente. (ex: Sigur Rós, M83 e Scarling);

Psych folk (ou Freak Folk ou New Weird America): Um estilo que mistura o Folk dos anos 60, com as bandas psicadélicas também dos 60. (ex: Devendra Banhart, Brightblack Morning Light, Iron & Wine, Six Organs of Admittance e Animal Collective);

Post-punk revival: O estilo mistura as guitarras do Punk,”riffs” vindo de bandas como Television e Gang Of Four, os teclados da New Wave, algumas vezes eletronica. Tudo isso criado através de uma “melodia” Pós Punk. (ex. Bloc Party, Franz Ferdinand,Futureheads e Interpol);

Post-rock: Estilo amplamente alternativo que mistura rock e jazz com incursões na electrónica, tudo isso num clima ambient (ex. A Silver Mt. Zion, Do Make Say Think e Fly Pan Am)

Slowcore (ou Sadcore): Rock Alternativo com batidas lentas e letras tristes, se confunde muito com o Indie do final dos anos 80. (ex: (Smog), Low, Galaxie 500, Bedhead e Pedro the Lion);

Shoegaze: Mistura guitarras noise e distorcidas a batidas lentas com fortes riffs. O clima das músicas de Shoegaze são parecidos com o do Pop dos anos 80, diferindo-se apenas pelos primeiros serem mais sombrios. (ex: My Bloody Valentine, Ride e Slowdive);

Twee pop: Mistura doces melodias e doces letras. A sonoridade é a partir de guitarras leves, vocais femininos e, às vezes, instrumentos de criança. (ex. Camera Obscura, Belle & Sebastian, The Flaming Lips, Architecture In Helsinki, Tully Craft e Girls in Hawaii)

Música Indie

Indie ou Indie rock é uma referência musical que se caracteriza por bandas que não são lançadas por grandes editoras, porém o grande sucesso de algum desses grupos lançam-nos diretamente para editoras de grande porte, embora o som na maioria dos casos, não perca a identidade, fazendo com que tais bandas, mesmo com o sucesso público e grande repercussão nos media, sejam consideradas bandas alternativas.


No Reino Unido, as paradas musicais indie vêm sendo compiladas desde o início da década de 1980. Inicialmente tratavam-se de bandas que emergiram do punk e outras formas alternativas do rock. Tais bandas eram caracterizadas meramente por lançarem álbuns por pequenas editoras , independente da cena musical em vigor. Apesar disso, o termo indie começou a ser associado com o estilo de rock alternativo baseado maioritariamente em guitarras que dominavam a parada, particularmente artistas de indie pop como Aztec Camera e Orange Juice, o movimento C86 e os artistas da Sarah Records. As bandas que marcaram o estilo na década de 1980 foram os The Smiths, the Stone Roses e The Jesus and Mary Chain,Happy Mondays,My Bloody Valentine que influenciaram directamente os movimentos alternativos de rock da década de 1990 como o shoegaze e o britpop. De facto, é bastante comum para os britânicos denominarem qualquer forma alternativa de música como indie ao invés de alternativo.
Nos Estados Unidos, a música normalmente denominada indie rock descende da cena de rock alternativo influenciada pelo punk rock e hardcore da década de 1970 e início dos anos 1980. Nos anos 80 o termo indie rock foi particularmente associado à bandas com som forte e distorcido como os Hüsker Dü, Dinosaur Jr, Pixies, Sonic Youth e Big Black. Durante a primeira metade da década de 1990, o rock alternativo liderado por bandas do movimento grunge como Nirvana e Pearl Jam explodiram para o público geral, alcançando sucesso comercial. Logo após o género alternativo tornou-se comercializável, atraindo grandes editoras a investirem em formas pró-comerciais com um apelo conservador (retro).
Com tudo isto , o significado da denominação alternativo mudou de sua forma original, uma contra-cultura, para uma cultura comercialmente bem sucedida e apelativa ao grande público, enquanto o termo indie rock passou a denominar bandas e géneros que permaneceram na cena “underground”.

PARADIGMA DA SOCIEDADE ACTUAL

ORTEGA Y GASSET, Historiador, dizia: "...Antes era o homem e a sua circunstância...". Hoje: "... É a circunstância ... e depois o homem..."

GÉNEROS MUSICAIS

Iniciamos uma série de posts sobre géneros músicais. Não se pretende catalogar , apenas revelar dicas ....sobre tipos de música, bandas e artistas que existem ou existiram no panorama melódico...sendo certo que em alguns casos ou na maioria deles as fronteiras se esbatem...Tirando a música clássica, que obedece a um cânone, ao nível músical e artístico , há de tudo... Apelamos ao contributo dos bloguistas com música na alma e alma com a música...

domingo, 24 de outubro de 2010

Um achado literário...

"...Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (…)Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (…)Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria.A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; (…)Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)» in Pátria de Guerra Junqueiro

domingo, 17 de outubro de 2010

BOLERO DE RAVEL

Uma peça de pura orquestração. Fundamental para se perceber como é que um maestro dirige uma orquestra. A técnica dos músicos da orquestra é colocada à prova num crescente quase inavaríavel numa modelação em mi menor.

Numa breve analogia com o futebol : Se a orquestração é à técnica , a composição é a táctica . O resultado: a harmonia dos movimentos, a que se chama melodia.

A tudo isto chama-se beleza!