sábado, 20 de outubro de 2012

MÉLIES ...E O SONHO...

       Quando um dos pioneiros...ousa chegar à lua... e não é que se chegou mesmo!...Como com engenho, improvisão  e com grande parte do imaginário da magia e circo do fim do século XIX , se produz e realiza um prodígio, com os meios técnicos mais inusitados...Sonhem!....Ousem!... A realidade que vos fazem crer que existe pode ser o pior dos vícios...


A palavra ... de Carl Theodor Dreyer

       A palavra de Carl Theodor Dreyer.  A experiência do homem religioso de Kierkgaard  levada a um requinte estético absolutamente divinal. Um westen teológico deste fascinante realizador Dinamarquês. Os longos -planos sequência são fabulosos, o trabalho de luz e som lindíssimos e autores sóbrios numa narrativa fluída .  Realizado em 1955 , Ordat ( a palavra) é um filme obrigatório para os amantes do cinema, em que o tempo tem as cadências  que  a modernidade acelerada tem vindo a destruir. Um filme sobre a morte e a vida e como o amor é a única forma de redenção possivel na odisseia existencial que atravessamos.
 
 
 

domingo, 14 de outubro de 2012

OS JUSTOS


Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.

Jorge Luis Borges, in "A Cifra"
Tradução de Fernando Pinto do Amaral




Fonte Fotográfica : National Geographic

sábado, 6 de outubro de 2012

LE VIN DES AMANTS


Aujord`hui l´esapce est splendide !
Sans mors, sans éperons, sans bride,
Partons à cheval sur le vin
Pour un ciel féerique et divin !

Comme deux anges que torture
Une implacable calenture,
Dans le bleu cristal du matin
Suivons le mirage lointain !

Mollement balancés sur l`aile
Du tourbillon intelligent,
Dans un délire parallèle,

Ma soeur, côte à côte nageant,
Nous fuirons sans repos ni trêves
Vers le paradis de mes rêves !

Charles Baudelaire