Rodolfo
Dourado Latrino era mineiro. Rodolfo, com as unhas enegrecidas pelos acordes do
deserto, escavava terrenos áridos. Buscava pepitas de ouro, com paciência
mineira, para sustentar a sua tribo. Usava a urina para purificar as pepitas. Naquele
dia de Solistício de Verão, não iria entregar o ouro ao capataz da mina. Ia
comprar balas de prata..Dourado Latrino, , não tinha que comer, nem de beber ,
em quantidades que lhe permitissem cultivar a a lma. A água tinha sido
privatizada e as sementes eram racionadas . As poucas pepitas ,que tirava das entranhas
da Terra , permitiam ter umas gotas de água e uns grãos de arroz para alimentar
a mulher, a amante e o filho da puta fina, que usava um anel grosso no dedo do
meio. O sol tórrido recortava as sombras do capataz. Um silvo ecoava nas chapas
rubras do céu. Rodolfo dirigiu-se à casa do patrão.Colocou a bala de prata no
revólver. Furou o ipad do capataz e esburacou-lhe o crânio. Os miolos
derretidos pela cibercultura espalhavam-se pelo deserto. Rodolfo tomou o lugar
do capataz e acendendo um charuto, vendia a sua terra ,a sua tribo, em troca de
pepitas de ouro. ..
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