O universo não
é o um lugar de inteligibilidade. Um homem não é um ser mais civilizado que no passado.
Tecnologicamente mais avançado, mas mentalmente continua primitivo. No entanto,
uma mancha invisível avança sobre o inconsciente colectivo .
Os grande
impérios da história forjaram o seu domínio com base em ferro e fogo. Os escravos conheciam a sua condição. Mão –de-obra
gratuita que erguia e mantinha os impérios.
Hoje, o
escravo não conhece a sua condição. E se a conhece, não se liberta dela por
medo ou conveniência. Não aguenta a censura social. Não suporta
ouvir verdades incómodas, mas adora mentiras sociais e confortáveis. Faz lembrar
o prisioneiro a quem o carcereiro deixa a chave na porta...
Assistimos à
total banalização das relações humanas significantes. Ninguém cria laços, uma vez que a necessidade
é substituída pela hiperligação da conexão permanente. A bulimia das sensações
alimenta a insaciabilidade dos instintos e a simulação da ligação afectiva. É o
tempo e o espaço físico que construem relações humanas densificantes e
duradouras.
A máquina
mediática ensaia nos novos escravos a perpetuação da sociedade do prazer. Não
importam as pessoas. Importa o rodopio das sensações e das proezas do ego.
Em situações
de pressão e de crise, aumenta o comportamento aditivo e de indiferença. A
banalidade da imagem trágica incomoda, mas não muda o comportamento humano. É lá longe e virtualmente o homem pode ser
senhor e não escravo.
As corporações
secretas e financeiras ,desde os anos 30 do seculo XX ,aperceberam-se do elixir
do poder eterno: Dar a ilusão de liberdade aos cidadãos e oferecendo bens de
consumo à la carte. De vez em quando
produzem uma crise, para testar se o homem continua a colocar no centro da sua
felicidade o dinheiro , bens materiais ou tecnológicos. Quase como
um estudo de mercado. E se mesmo assim não são convencidos , nada como
implementar o marketing 3.0 e dar a ilusão que o produto trará status,
abundância e amigos…
Mas domados no
consumo e na comparação com o vizinho como é que o homem pode ter outros
critérios de felicidade terrena? ...Se até , historicamente, as igrejas e as religiões cobravam o seu tributo…
Eis a fraqueza
humana a alimentar a roda do mundo, eis
o Homem -Rato no seu apogeu, eis o Ecce Homo 3.0 num império invisível que parece não ter fim…
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