segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

CONTEMPORANEIDADES 1.3.14




Foto: Ansel Adams

Poema: Jon Bagt


Não é a implosão do átomo…

É a desintegração do humano…

Não é a fúria da natureza;

É não ter natureza nenhuma

Ó clones umbilicais com rostos oblíquos

 Ó corações dilacerados pelo fugidio

Ó almas vertidas em latas de tinta permanente…

Ansiosas por tirar cifrões do nariz…

Perdidos na replicação de lugares comuns…

Subliminarmente conduzidos pelo poder sem rosto,

Pela glória, pelo auto-elogio, pela fogueira das vaidades…

Cadáveres adiados que se tornam múmias deambulantes

Por portais sem portas…

Por  janelas viradas para dentro…

Abraçai a imperfeição como princípio da incerteza

Porque no fim do mundo…

Nada restará a não ser a pegada invisível

Da vossa incomunicabilidade…

 

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